Efeito Fade

20 novembro 2017

Resenha #31 - Fera

Título do Livro: Fera (Beast)
Autora: Brie Spangler
Editora: Seguinte
Páginas: 384
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Sinopse:
Dylan não é como a maior parte dos garotos de quinze anos. Ele é corpulento, tem quase dois metros de altura e tantos pelos no corpo que acabou ganhando o apelido de Fera na escola. Quando ele conhece Jamie, em uma sessão de terapia em grupo para adolescentes, se apaixona quase instantaneamente. Ela é linda, engraçada, inteligente e, ao contrário de todas as pessoas de sua idade, parece não se importar nem um pouco com a aparência dele.
O que Dylan não sabe de início, porém, é que Jamie não é como a maioria das garotas de quinze anos: ela é transgênera, ou seja, se identifica com o gênero feminino, mas foi designada com o sexo masculino ao nascer. Agora Dylan vai ter que decidir entre esconder seus sentimentos por medo do que os outros podem pensar, ou enfrentar seus preconceitos e seguir seu coração.
Olá literários e pessoas apaixonadas por livros em geral!!!
Tudo bem com vocês??

Resolvi não prometer mais que não irei sumir, pois a vida de universitária tem seus altos e baixos e esse é um deles. Porém, tem muita coisa programada para ser posta no ar e hoje vamos começar a voltar por aqui com uma delas ;)

"Não sei quem caiu primeiro, a bola de futebol americano ou eu."

Fera (Beast) é um livro Young Adult escrito pela autora Brie Spangler, lançado aqui no Brasil nesse ano de 2017 pela Editora Seguinte e que trata de um assunto que eu diria que está muito em alta que é sobre a Transexualidade.

"- Às vezes as pessoas falam coisas esquisitas quando veem que sou trans."

O livro é uma releitura moderna de um dos meus clássicos favoritos "A Bela e a Fera" (Beauty and The Beast) e traz como protagonistas Dylan e Jamie.

"Sinto como se estivesse presa nesse mundo onde não sei mais o que é verdade. Quando estou com você, só quero as coisas boas e fico cega demais para ver as ruins."

Dylan é um garoto de apenas 15 anos que passa pela situação que muitos jovens na sua idade passam, que é a de não aceitar sua aparência física. Com 2 metros de altura e com muitos pelos em seu corpo (que não é natural para um rapaz de sua idade), Dylan recebe inúmeros apelidos mas o principal deles é Fera.

"Preferia não ser um pedaço de carne peluda, e que minha barba não voltasse a aparecer ao meio-dia. Preferia não ter os dedos tão cheios de pelos que é impossível dizer se estou ou não com o anel do meu pai. Preferia que os pelos do peito não aparecessem por cima da gola da camiseta."

Logo, de início notamos que Dylan tem um problema com sua autoestima e tem um certo medo de si mesmo já que ele possui um gênio forte e muitas vezes explosivo. Seu "amigo" JP aproveita-se desse seu jeito para manipulá-lo e conseguir aquilo que ele quer, porém ele camufla muitas vezes suas verdadeiras intenções com presentes dados para Dylan.

"Não é meu tamanho que me assusta. É o que carrego dentro de mim. Meu Hulk secreto está sempre logo abaixo da superfície, me provocando."

JP é o típico playboyzinho e um agiota que ver em Dylan não um amigo, mas sim aquele cara que irá cobrar suas dívidas quando precisa, ou seja, ele é o brutamontes que serve para ameaçar aqueles que lhe devem ele não é reconhecido por ser um garoto inteligente que tira boas notas. E é por causa de JP que Dylan acaba "caindo" de um telhado e tendo que frequentar um grupo de apoio, na qual acaba conhecendo Jamie.

"- Olá - ela diz, com uma voz que me lembra canela sendo raspada sobre uma xícara de chá de maça quente.
- Oi.
- Você é novo aqui?
Faço que sim com a cabeça.
- Me chamo Jamie.
- Dylan."

Jamie é uma garota de personalidade forte, apaixonada por fotografia, ela é muito bonita e totalmente amigável, ela também tem suas doses de sarcasmo e acaba despertando em Dylan uma paixonite mas também uma amizade que acaba tornando ambos dependentes um do outro.

"Estou com Jamie e Jamie está comigo [...]"

Porém ao decorrer da história acabamos descobrindo junto com Dylan que Jamie é uma garota transgênera, ou seja, ela nasceu biologicamente como homem mas se identifica, ou melhor se sente mulher. Jamie já havia dito para Dylan antes, porém como o personagem num momento de distração não ouviu o que ela havia lhe falado quando ele realmente descobre começa a surgir o furacão de emoções ao qual somos introduzidos juntos: preconceito, autoconhecimento, quebra de padrões, reflexões, etc.

"Pela primeira vez, olhar para Jamie dói."

Fera foi um daqueles livros que quando descobri o tema a ser tratado já me chamou a atenção, porque apesar de eu não ter conhecimento sobre o assunto era algo que tinha curiosidade em saber. Além disso, o livro é como eu já disse uma releitura de um dos meus clássicos favoritos =)

"Eu não sabia que outra pessoa poderia fazer você ser uma versão melhor de si mesmo."

Porém apesar do tema que o livro aborda e da escrita da autora ser bem simples, e colocar os personagens tão próximos de nós... Eu me vi inúmeras vezes odiando e amando o livro ao mesmo tempo, o que resultou no final eu acabar achando apenas o livro bom. Não sei se isso se deu por eu estar lendo na concepção de um personagem que estava tendo que lidar com o preconceito em relação a uma pessoa trans e eu ver isso muito na minha realidade não apenas em relação a questão trans, mas a questão de pessoas que assumem sua sexualidade!? Eu admito que talvez o livro tivesse despertado mais minha atenção se tivesse sido narrado pela Jamie do que pelo Dylan, porque quando ela está presente era onde eu ficava me perguntando: O que se passava realmente na mente dela!?

"Às vezes não tenho vontade de conversar. Porque quando converso sempre sinto como se estivesse me defendendo, e já estou cansada de pedir permissão para existir."

Editora Seguinte foi muito incrível ao lançar um livro com um tema que necessita ser conhecido e debatido, gostei que a editora manteve a capa original do livro que é simples mas tem aquela lembrancinha do conto com as rosas ao redor e que no final do livro tem um glossário explicando melhor o significados sobre os termos debatidos. Além disso, como todo livro que pega a questão de "A Bela e A Fera" que é notarmos que o que realmente importa em uma pessoa é o que está em seu interior e não em seu exterior, Fera da autora Brie Spangler traz isso com perfeição. 

6 comentários :

  1. Oi oi!
    Gente! Amei a temática!
    Acho muito válido discutir sobre transgênero e acho que é uma leitura que acaba nos revelando novas facetas né?
    E achei bem curioso o Dylan também, tão alto e peludo. É diferente do que já vi.
    Só fico meio com pé atrás por vc ter achado o livro só "bom". Li a resenha com expectativa e meio que deu uma esfriada hahaa
    Mas acho que vou tentar ler se tiver oportunidade.
    Bj

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  2. Heiii, tudo bem?
    Eu ja estava de olho no livro desde o lançamento, gostei da premissa e amei a capa.
    Sempre gosto qdo o autor trata do assunto autoestima, acho que mexe comigo demais isso.
    Uma pena que vc nao tenha curtido tanto, acho que eu vou gostar mto.
    Quero ver se peço na Black ele hehhee.
    Beijos.

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  3. Olá! Não conhecia o livro e amei saber que é uma releitura de A Bela e a Fera, que é meu conto preferido! A capa está linda mesmo, gostei bastante da premissa e tenho certeza que vou me apaixonar por essa história. Beijos!

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  4. Olá!
    Que releitura diferente!
    Colocar uma pessoa transgenero é bem arriscado pois ainda existe um grande preconceito.
    Mas como você disse na resenha a autora consegui desenvolver uma boa história.
    Parece já leitura muito interessante.
    Bjs

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  5. Olá,

    Nunca li nada que falasse sobre transexualidade, por isso estou bem curiosa sobre esse livro, acho que ele pode ser bastante informativo. Além disso, adoro releitura de contos de fadas, ainda mais se é do meu conto favorito, estou bem curiosa sobre essa história, espero ler em breve.

    Beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com.br/

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  6. Pelo jeito o Dylan ganha o apelido por causa da aparência e temperamento também, né, com esse gênio explosivo. Essa época dos apelidos mega desagradáveis felizmente passa um dia. Achei bem legal o tema da transexualidade, mas realmente seria mais interessante ver a narrativa pelo ponto de vista da Jamie.

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